Saber mais implica tomar maior consciência de quanto ignoramos. É o paradoxo que acompanha o intelecto humano. Quanto tem aumentado nosso conhecimento da realidade que nos rodeia. Sabemos que somos parte indissolúvel do ambiente, e também que sua estrutura e funcionamento seguem determinadas leis e regras.
A deterioração da diversidade biológica e a extinção de espécies deixaram de ser conseqüências aceitáveis do aumento da população humana e o desenvolvimento, para transformarem-se em uma preocupação real vinculada estreitamente à sobrevivência da humanidade. Mas, como todo processo que se dá com certo gradualismo, tende a anestesiar nossa consciência e a limitar nossa capacidade de reação.
Uma pergunta que surge uma e outra vez, é porque é importante evitar o desaparecimento de espécies. De fato, é um fenômenos que tem ocorrido sempre... e o mundo tem continuado e continua.
Em primeiro lugar, é preciso dizer que as ações humanas têm acelerado de maneira alarmante o processo de extinção, fundamentalmente pela alteração dos ecossistemas através da aplicação de tecnologias de alto impacto ecológico (urbanização, desmatamento, drenagem de banhados, sobreexploração de recursos da fauna), e de processos altamente contaminantes.
Em segundo lugar, o empobrecimento da diversidade biológica implica problemas práticos, éticos e até estéticos. Quando provocamos a diminuição de populações silvestres de animais e plantas, ou a extinção de espécies, estamos deteriorando o ecossistema. Um sistema do qual dependemos de maneira direta ou indireta. Em outras palavras, é como se tirássemos algumas peças de um automóvel. Sem elas, talvez siga funcionando, mas é evidente que já não cumprirá todas as funções que tinha quando foi fabricado. Continuando esse processo, chegará um momento em que deixará de funcionar.
Ao mesmo tempo estamos perdendo informação. O que isso significa? Significa que por insignificante ou desagradável que pareça uma espécie, é possível que contenha em seus gens, em seus componentes, informação muito valiosa.
Cada espécie constitui uma reserva genética única e irrepetível. Pode conter a informação necessária para solucionar um problema importante, como por exemplo ter um princípio ativo que cure uma enfermidade. Abundam os exemplos em farmacologia, ainda que saibamos que recém descobrimos uma ínfima parte de todo o tesouro que esconde a natureza.
Do ponto de vista ético, é evidente que como seres vivos valorizamos a vida como um bem em si mesmo. Portanto, a conservação das espécies é um princípio ético importante a respeitar.
Quanto à estética, a sensibilidade humana admira, desfruta e necessita da beleza da natureza para alcançar significativos níveis de prazer e paz espiritual. Não é um tema menor a discussão sobre conservação, pois sua presença sem dúvida complementa o desenvolvimento e a estabilidade do indivíduo.
A conclusão é inquietante. Se são tantos os valores em jogo, o saldo final da conduta atual dos seres humanos, em matéria de extinção e degradação ambiental, marcará quais são nossas próprias possibilidades de sobrevivência.
* Por Hernán Sorhuet Gelós* O autor é jornalista no Uruguai, onde escreve sobre meio ambiente para o El País, de Montevidéo. Tradução de Ulisses A. Nenê.
(Envolverde/Ecoagência)
Postado por Carmen Gattás
26 de setembro de 2008
Há muito em jogo
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Versos publicados no caderno de deliberação da II Conferência Estadual de Meio Ambiente realizada em Salvador-BA / Março 2008.
Pode ser que eu seja vivo
Quando o mundo se acabar
Pode ser que o motivo
Esteja exposto no ar
Pode ser aquecimento
Pode ser devastação
Causada pelas queimadas
Na Desertificação
Se já é irreversível
Devido a poluição
Viver será impossível
Para qualquer cidadão
Pode ser querer poder
Um novo Meio Ambiente
Para que daqui pra frente
O mundo possa viver
Pode ser, pode não ser!
Quanto mais principalmente *
Pode ser ali na China
Lonjura de légua e meia
Pode ser virando a esquina
Aonde o vento ponteia
Pode ser lá no Japão
A distância maioral
Pode ser no “Beleléu”
Ali pertinho do Nepal
Pode ser não sei aonde
Ou até mesmo em Natal
Pode ir de jegue ou de bonde
O Aquecimento é Global
E o cabra pode é correr
Para qualquer Continente
Pois o quando o clima for “quente”
Não tem como se esconder
Pode ser, pode não ser!
Quanto mais principalmente
Pode ser que funcione
O que ficar acordado
Pode ser que estacione
Noutro sistema fadado
Pode ser que dê em nada
Pode ser um “ponta pé”
Pode se usar a voz
Pode falar se quiser
Pode fazer a proposta
Dizendo o que você quer
Pode ser uma resposta
Não to dizendo que é
Pode ser um parecer
Que não seja consistente
Mas pode ser consciente
Só depende de você
Pode ser, pode não ser!
Quanto mais principalmente
Maviael Melo
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