NAVEGUE PELA COBERTURA EDUCOMUNICATIVA REALIZADA POR 100 ADOLESCENTES DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO


18 de junho de 2008

Falta Educação Ambiental para quem mais precisa - Arthur Guimarães (NOVA ESCOLA On-line, Fundação Victor Civita)

Estados amazônicos, que abrigam a floresta tropical mais importante (e debatida) do mundo, não levam o ensino sobre meio ambiente à rede pública com a devida qualidade
Enquanto o mundo inteiro volta suas atenções para a importância da floresta amazônica como local a ser preservado e explorado de forma sustentável, apenas germina a Educação Ambiental nas escolas públicas da região Norte. Para especialistas ouvidos por NOVA ESCOLA ON-LINE, a maioria dos projetos mantidos pelas secretarias estaduais de Educação são frágeis como qualquer árvore diante de uma motoserra.
Levantamento feito pela reportagem na semana passada em todos os estados da região revela ações desconexas e capacitações esporádicas que dificultam uma reverberação sólida nas unidades de ensino, onde estudam 2,2 milhões de alunos. “É um engano pensar que festas na semana do meio ambiente, plantação de mudas ou seminários desprovidos de um processo contínuo de formação são suficientes”, avalia Neide Nogueira, coordenadora de Temas Transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), em entrevista exclusiva.
A descontinuidade política é outro obstáculo, já que os governos estaduais são autônomos e suas secretarias mudam muito de mãos. “O papel do Ministério da Educação (MEC) é fazer a animação política sobre o tema. A prática cabe aos estados. Porém, os projetos têm acontecido num esquema de pisca-pisca, de permanência muito instável, por espasmos, e, para piorar, na região que concentra boa parte dos maus resultados do Ideb”, diz Rachel Trajber, coordenadora de Educação Ambiental no MEC.
A carga horária excessiva dos docentes também atrapalha. “Existe um sistema perverso, já que as grandes leis da Educação falam em assuntos nobres como temas transversais, autonomia do professor, aperfeiçoamento constante, mas a realidade em boa parte da região Norte é de extensas jornadas de aulas, em que dificilmente o educador consegue executar um trabalho bem feito”, interpreta Silvia Pompeia, consultora dos PCN’s com vasta experiência em implementação de programas de Educação Ambiental em redes públicas do Brasil e do exterior.
A exceção fica por conta do Acre, estado que apresenta o trabalho mais sólido da região, sustentado por um plano de carreira bem montado, pela tratamento curricular da Educação Ambiental e pela importância que se dá para formação continuada no tema.

Postado por Carmen Gattás

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