NAVEGUE PELA COBERTURA EDUCOMUNICATIVA REALIZADA POR 100 ADOLESCENTES DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO


17 de junho de 2008

Site do Telecurso TEC fala sobre Educomunicação

O site http://www.telecursotec.org.br/noticias.php?id=48 do Telecurso TEC, da Fundação Roberto Marinho publicou, em 16 de junho de 2008, um texto sobre os avanços da prática educomunicativa. Há referências à recente tese de doutorado defendida por Valéria Bari, na ECA/USP, a Robson Aurélio Braga, pós-graduado em comunicação e um dos coordenadores do Núcleo de Mediação Pedagógica do Telecurso assim como ao coordenador do NCE/USP, Prof. Ismar de Oliveira Soares. Leia o texto.
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Educomunicação: comunicação e educação de mãos dadas
16/06/2008
Interface entre as duas áreas vai além das tecnologias utilizadas para educar
O que você escolheria: um gibi ou um livro como um meio de formar leitores? Se ficou com a segunda opção, não errou, mas pode ter sido injusto com a revista em quadrinhos. Para a sua tese de doutorado, recém-defendida, a biblioteconomista Valéria Bari analisou o potencial das histórias em quadrinhos na formação do leitor. Ela averiguou que essas revistas podem ter um papel importante no letramento, habilidade que vai além da alfabetização e indica intimidade e domínio da linguagem escrita. A tese de Valéria se une a outras pesquisas que comprovam que a escola não é a única fonte de formação e que o papel dos veículos de comunicação pode ser muito mais do que simplesmente informar.
Para entender como um gibi ou uma telenovela podem ajudar na educação e como esta pode se beneficiar das tecnologias da comunicação surgiu a educomunicação, um novo campo de estudo nascido de elementos da educação e da comunicação.
O termo começou a ser utilizado no fim dos anos 1990. As primeiras experiências do gênero envolveram grupos sociais como o Greenpeace e os Médicos Sem Fronteiras. “Ao se acorrentarem a navios e árvores, os integrantes do Greenpeace começaram a utilizar a dramatização como estratégia para obrigar os meios de comunicação a cobrir eventos de interesse social,” recorda o professor Ismar Soares, coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação da Escola de Comunicação e Artes da USP.
Nessa mesma época, começaram a surgir as rádios comunitárias. Em várias partes do mundo, rádios e TVs produzidas por cidadãos comuns serviram de motivadores para que seus apresentadores se alfabetizassem e dominassem a linguagem utilizada nesses meios. Ao mesmo tempo, ONGs que utilizavam meios de comunicação para aumentar a auto-estima da população e promover a educação começaram a se destacar. Daí, foi um passo para que comunicação e educação se unissem em uma área acadêmica.
O novo conceito está mudando a cara da educação e dos meios de comunicação nas ONGs, nas políticas governamentais, em instituições de ensino públicas e privadas e na mídia.
Num país como o Brasil, marcado pela exclusão, a educomunicação pode assumir uma importância ainda maior. “Ela dá novas chances para todos os cidadãos se educarem, vinculando os conhecimentos escolares com a vida,” acredita Valéria Bari.
Soares ilustra a força da educomunicação contando que nos últimos meses a cidade de São Paulo sediou quatro grandes congressos internacionais. Em todos eles, estavam presentes seis crianças da periferia fazendo a cobertura jornalística para um programa de rádio na internet. “Todas eram muito pobres, mas tinham a capacidade de fazer a produção da cobertura de um evento internacional! Com certeza aquele momento que elas viveram ali marcou as suas vidas, e farão com que a experiência continue e se multiplique,” admira-se Soares.
Como se pode ver, a inovação não está apenas na sala de aula com televisor e DVD, numa escola com laboratório de informática ou mesmo em um mini-estúdio de rádio ou TV comunitária. “A educomunicação vai além do conceito de tecnologia educativa,” esclarece Soares, “ela inverte a proposta do ensino tradicional, o professor transmitindo informação para o aluno, ela coloca o aluno como construtor do próprio conhecimento.,”
Algo lhe parece familiar? Sim, o Telecurso TEC foi idealizado segundo o conceito da educomunicação, do aprendizado coletivo, inclusive do professor - orientador que deixa para trás a tradicional figura do mestre que domina a matéria.
“A tecnologia em si não transforma a educação”, concorda o cientista social Robson Aurélio Braga, pós-graduado em comunicação e um dos coordenadores do Núcleo de Mediação Pedagógica do Telecurso TEC. Braga lembra outra característica da educomunicação: a contextualização com a vida real do aluno, remetendo à teoria do educador Paulo Freire que defendia a realidade do estudante como um importante componente didático. O aluno vai buscar no seu bairro, na sua rua e entre amigos e familiares os elementos para a construção de seu conhecimento. Por ter essa característica aliada ao chamado protagonismo do aluno, Braga considera o Telecurso TEC um bom exemplo de projeto educomunicacional. “É um encontro feliz entre o Centro Paula Souza, com vasta experiência no ensino técnico, e a Fundação Roberto Marinho e seu reconhecido trabalho de utilizar a comunicação para a educação”, acredita.
Direitos reservados à Fundação Roberto Marinho
http://www.telecursotec.org.br/noticias.php?id=48

Postado por Carmen Gattás

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