Nossa luta não é contra o índice de desmatamento do mês anterior, é contra um modelo predatório, que empobrece o povo e destrói a biodiversidade. Enfrentamos desafios na primeira semana de governo: a 9ª Conferência sobre a Biodiversidade, em Bonn, e a reunião de Governadores em Belém. Em Bonn a posição do Brasil estava sob bombardeio: o aumento de índices de desmatamento, a saída da Ministra Marina Silva e a negativa da delegação brasileira de discutir impactos ambientais do etanol e do biodiesel, o que nos colocou no isolamento.
Acertamos com o Itamaraty a mudança de tática, distinguindo os ambientalistas do lobby europeu que pretendia impor barreiras protetoras do seu álcool de beterraba e do seu biodiesel de grãos, ambos sem competitividade. Aceitamos discutir impactos em organismos técnicos como indicativos aos países, mas sem exigências condicionantes às importações. Exigimos análise dos impactos sobre a biodiversidade dos combustíveis fósseis, como a chuva ácida, que afeta florestas e animais.
No plenário, com 90 Ministros de Meio Ambiente, alertamos que havia sido obscurecido e entravado o regime de acesso e a repartição de benefícios sobre os usos da biodiversidade. Há o compromisso de este entrar em vigor em 2010, mas havia resistência dos países ricos, que não garantiam recursos, equipes, cronogramas para viabilizar essa meta. Questionamos esse boicote, pois eles não queriam pagar pelo que hoje obtêm de graça; seus laboratórios garimpam sementes e plantas, sintetizam seus princípios ativos e nos cobram royalties e patentes por toda a vida. Desafiamos os países ricos a reverterem suas posições, ou estimulariam a biopirataria. Com o apoio de outros países demos passos para garantir a meta de 2010, importante para o Brasil, em especial para a Amazônia.
Postado por Carmen Gattás
30 de junho de 2008
Contra um modelo predatório - Por Carlos Minc* Envolverde/ECO 21 - 30/06/2008
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